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terça-feira, 8 de junho de 2010

Jesus sentia tudo, exatamente como eu e você

Sentia tudo o que um humano sente, de sede e fome a todas as demais necessidades.

Tinha carência diária, defecar, urinar, dormir e ficar só.

Preferia algumas companhias a outras quando se tratava de relaxar ou de resolver algo sério.

Quando carente, tentado e ameaçado, gostava da companhia dos amigos mais íntimos, e até implorava que eles vigiassem com Ele em Sua agonia de alma.

Gostava de ser gostado e sofria quando não era entendido.

Cansava-se da burrice dos que o seguiam; especialmente das briguinhas de moleques dos discípulos; sempre discutindo quem era o maior, o melhor, o mais elevado, o mais fiel, o mais presente, o mais disposto a morrer por Jesus.

Quando cansado, dormia, ainda que em meio a uma tempestade.

Na exaustão, manda que não digam onde Ele está, pede para fecharem a porta e manterem os curiosos distantes, até que uma siro-fenícia interrompa o descanso.

Oprimido pelas multidões pede que deixem sempre um barquinho a postos, pois, quando as multidões ficavam querendo “pegar” Nele, Ele mesmo se retirava e pregava de dentro do barco, deixando o povo na praia apenas ouvindo.

Suspirava de tristeza pela lerdeza de entendimento dos que andavam com Ele e sabia que a fidelidade deles era frágil.

Amava a todos; e mostrava Seu amor conforme a pessoa precisasse receber amor: amor que acolhe, amor que não acolhe; amor que adverte, amor que afaga; amor que confronta, amor que consola; amor que profetiza a destruição, amor que afirma a restauração; amor que ama até os que Ele mesmo chama de “porcos”, amor pelos que Ele chama de amigos.

E mais: apesar de sentir tudo, não deixava que os Seus sentimentos comandassem nada!

Sofria as pressões do amor que pretendia adiantar as coisas para Ele, mas não cedia a tais tentativas bem intencionadas.

Sofria a rejeição, mas não rejeitava como resposta e conseqüência.

Sofria a calunia, mas, Ele mesmo, nada dizia.

Até na Hora de Morrer a Hora é Dele e de mais ninguém. Sim! Ele vai morrer e ninguém o leva antes da hora.

Antes da hora, Ele foge, se esconde, evita o encontro, não vai a Jerusalém...

Assim, Jesus ensina que a vida de um homem deve ser dEle e não dos outros homens; pois, até para amar aos demais homens, tenho que ser livre das impressões boas ou más pelas quais eles possam ter o poder de falsificar a simplicidade e a propriedade do amor.

“Bem-aventurado o homem que passando pelo vale árido faz dele um lugar de fontes. De bencãos o cobre as primeiras chuvas” (Salmo 84)